segunda-feira, 15 de abril de 2013

Bimestral de Português e Literatura


Português:

Linguagem verbal: Usa sinais gráficos, como as palavras e a pontuação para proporcionar trocas conversacionais.
Linguagem não verbal: Usa signos não verbais (cores, formas, ângulos, etc.) para promover a interação. (Se quiser, olhar linguagem corporal pg. 8 à 10)

Frase: Unidades linguísticas de sentido completo que tem como principal função a de estabelecer a comunicação.

Oração: Enunciado que se forma ao redor de um verbo.

Embora sejam enunciados usados na comunicação, a oração precisa se organizar em torno de um verbo.

Esses enunciados são unidades lingüísticas que comunicam algo a um interlocutor (períodos).

Tipos de período:

Simples – Uma só oração.

Composto – Duas ou mais. Existem dois tipos:
-Por coordenação: Orações são sintaticamente independentes
-Por subordinação: Orações são sintaticamente dependentes


Orações coordenadas podem ser classificadas em:
- Aditivas: e, nem, não só, mas também, etc.
- Adversativas: Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.
- Alternativas: Ou, ou; ora...ora; quer....quer.

- Explicativas: Pois, porque, que, porquanto
- Conclusivas: Logo, portanto, assim, por conseguinte, por isso.

Critérios de Correção de Redação
1.   Coerência: Texto bem formado e que faça sentido. Precisa-se ter:
- Conhecimento de mundo
- Inferência (compreensão de elementos não explícitos no texto, mais fundamentais para a interpretação)
-Tema e horizonte de expectativa: Quando se lê o título da obra, já se tem idéia do que vai conter.
-Suporte: Mecanismo por meio do qual o texto é veiculado. É preciso uma análise do meio para perceber o sentido e finalidade do texto, de acordo com o público-alvo, etc.
-Contexto: Tudo o que está ao redor do texto. Determina a escrita. Leva em conta os participantes da interação, os interlocutores, os propósitos conversacionais, as situações específicas.
2.   Coesão: Todos os elementos do texto organizados de forma harmônica. Pode estabelecer 3 tipos de relações textuais:
-Por Reiteração: Elementos são retomados substituindo palavras ou expressões.
-Por Associação: Seleção das palavras que irão compor o texto para que haja coerência.
-Por Conexão: Diferentes partes interligadas por meio de conectores.
3.   Modalidade Escrita: Respeitando a variedade padrão, preservando as correções gramaticais.
4.   Proposta de intervenção: Relacionar o problema colocado com as possíveis soluções.

Diferença entre CHARGE e CARTUM
1.    Charge é uma ilustração cômica, com data de validade, pois relativa a uma situação, fatos de um momento específico, que logo depois perdem-se na poeira do tempo, o que oculta sua graça.
2.    Cartum é uma piada perene que pode ou não ser acompanhada de textos verbais. Refere-se a características, condições, situações duradouras, permanentes, ou cíclicas e repetitivas. Não precisa, necessariamente, ser engraçado. Pode promover uma reflexão sobre o tema abordado.
Período composto por coordenação: Orações independentes numa mesma frase. Podem ser:
1.    Assindéticas: Conectivo não vem expresso e a relação de coordenação se dá por sinais de pontuação. Ex:
Neste ano comunique-se, fale, verbalize, expresse seu ponto de vista.
2.    Sindéticas: Orações unidas por meio de conectivos expressos. Ex:
Planeje sua independência financeira desde cedo e focalize suas metas.
(Ainda tem que terminar, mas a outra parte ainda falta explicar...)

Literatura

Terceira fase do modernismo no Brasil

O regime democrático e o desenvolvimento do Brasil
O término da Segunda Guerra Mundial desencadeou no fim de alguns regimes autoritários. No Brasil, a ditadura do Estado Novo foi encerrada em 1945 e substituída por um regime democrático. Mesmo derrotado, Vargas viu, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, a continuidade de seu projeto político desenvolvimentista. Dutra criou o plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e energia). Com a eleição de Juscelino Kubitschek e com a implementação do programa de metas, o Brasil vivenciou um surto desenvolvimentista. O programa contemplava: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a metassíntese (construção da nova capital, Brasília). Estabeleceu uma política que combinava o Estado, a empresa privada nacional e o capital estrangeiro para promover o desenvolvimento (industrialização). Com o deslocamento da Capital Federal, houve uma maior integração entre as diversas regiões do Brasil. Juscelino usava o slogan “50 anos de progresso em 5 anos de governo”.


A construção de Brasília:
Projeto foi símbolo do processo de modernização e industrialização no Brasil. Com o projeto elaborado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, sua inauguração ocorreu em 1960. Ela trouxe a consolidação de um discurso desenvolvimentista que iria caracterizar as metas e hábitos dos anos de 1950 e 1960. O projeto de uma Capital Federal construída do nada era muito arrojado. Houve a conquista do interior pelo urbano e moderno. Brasília é um patrimônio da humanidade.


Terceira Geração Modernista: Produção literária elaborada a partir da década de 1940. Esse era um momento em que a produção artística nacional estava em compasso com ideais desenvolvimentistas instauradas em nossa política. Exploração do que era nacional, peculiar, típico e inerente ao povo brasileiro. Concentração em questões humanas universais vivenciadas pelo homem do interior ou não. Para alguns literatos, as paisagens interioranas viraram motivos poéticos, surgindo questões filosóficas universais ou cosmopolitas (cosmopolita: pessoa que se julga cidadã de todos os países). Para eles, o interior do país passou a ser lido como uma parte do mundo e compreendido como um elemento que desbravava seu caminho para a modernidade. Nessa fase houveram autores focados nas profundezas psicológicas dos indivíduos, ocultas sob as dinâmicas impostas pela sociedade, em seus inocentes hábitos e práticas cotidianas. Engajamento profundo nas questões sociais, denúncia de mazelas, enfoque do homem pobre e oprimido e das regiões mais esquecidas do país.

O Sertão Universal: Poesia-prosa em João Cabral e Guimarães Rosa

Nas histórias, paisagens, belezas e dificuldades dos habitantes das regiões longíquas, apartadas das grandes cidades, está uma das principais matérias literárias de João Cabral de Melo Neto e de Guimarães Rosa. Sua literatura não somente descreve ou denuncia, mas atua sobre a natureza poética, filosófica dessa condição, sendo os problemas e reflexões feitos pelos personagens dignos de conotação universal. O regionalismo da literatura brasileira dos anos trinta é superado. Os temas universais passam a ser tratados sob uma perspectiva mais filosófica.

João Cabral de Melo Neto

Nasceu em Recife. Membro da ABL, foi poeta de ampla projeção e reconhecimento. Acumulou prêmios no Brasil e no exterior. Sua primeira infância foi marcada pela vivência e hábitos do interior, sendo plantadas nele a consciência da divisão social (trabalhador rural x senhores de engenho e políticos) – isso refletiu na sua literatura. Quando sua família voltou à Recife, ele se inseriu numa rotina mais urbana, passando a freqüentar posteriormente o Café Lafayette (ponto de encontro dos intelectuais em Recife). O núcleo temático aborda aspectos das culturas e paisagens que o artista tomou contato. Quando foi designado para trabalhar fora, entrou em contato com ambientes culturais e personalidades artísticas que o influenciaram.

Influências:

- Em contato com a poesia de Manuel Bandeira, Cabral deflagrou um processo de reflexão literária que marcaria sua poética definitivamente. O primeiro contato com a poesia moderna o fez capaz de pensar em novas questões para seu tempo e seu próprio fazer literário.

- Com Carlos Drummond de Andrade, aprendeu a valorizar o processo construtivo do poema, empregar o vocabulário banal, popular, na poesia e dar um tom de prosa à produção poética.

- Foi influenciado por Murilo Mendes a dar prevalência à imagem sobre a mensagem.

Antônio Gonçalves da Silva: Conhecido como Patativa do Assaré (Patativa: ave cujo canto é belo, assim como os poemas de Antônio). O poeta freqüentou a escola por somente 4 meses. Após ter comprado uma viola, começou a atuar também como compositor, cantor e improvisador. Suas composições incorporam sempre as rotinas e a linguagem do povo de sua região.

João Cabral de Melo Neto

Afastava o sentimentalismo de seus versos. Queria “purificar” a poesia, dando-lhe uma sintaxe e um vocabulário único e característico capaz de alçar o verso a uma condição de autonomia e plenitude como obra. Busca uma literatura extremamente racional e planejada. A imagem de pureza também se revela em temas como o sol, a luz e o deserto. Usa um rigor formal, mas não ao modo parnasiano. Sua preocupação é com a forma, imagem e som perfeitamente alinhados. Ele rompe com o conceito de que poesia é fruto de inspiração, criando uma poética racionalizada. A razão seria a base do fazer poético, passando a escrever poemas sobre o próprio orifício de escrever, caracterizando a metalinguagem.

Resumindo:
Aversão ao sentimentalismo, racionalidade (objetivo, lógica), valorização do conteúdo imagético, metalinguagem (metáfora, fala do autor com o leitor), preocupação formal e sintaxe rigorosa.

Metalinguagem: Reflexão sobre o fazer poético. Metalinguagem tão constante em sua obra como tema e preocupação que é uma característica marcante dela.

Artes Plásticas: Poesia dele cheia de referências à arte. As alusões à pintura aliam dois dos interesses do poeta: a arte pictórica em si e o gosto pela construção imagética.

Engenharia: Admirava o engenheiro. As idéias de racionalidade, cálculo, precisão, construções projetadas, claras, foram traduzidas para sua poética. Valorizava o predomínio da inteligência sobre o instinto.

Nordeste: Abordado com a mesma inventividade e racionalidade. As temáticas regionais são caras ao poeta, de forma que todos os aspectos nordestinos interessavam a Cabral, que via nessa terra e em seu povo a agudez cortante das lâminas, a pureza cáustica do mineral, do árido, do solar que como temas o encantaram.

Morte e Vida Severina: Auto de Natal Pernambucano (Ler na apostila e a análise crítica encontrada no Portal Positivo).

Geração de 45

Tendência intimista. Autores desenvolveram propostas da Geração de 30, como a estética desenvolvida por Graciliano Ramos, Erico Verissimo, Lúcio Cardoso e Cornélio Pena, aprofundando o mergulho no universo interior. Surgiu, então uma literatura que explora o psicológico e o introspectivo. O regional era abordado como um tema universal, os sentimentos do homem e o que ele sentia passou a ser mais importanque que o fato. Abandonou o exagero e a ironia da primeira geração modernista e passou a fazer textos mais sérios e elaborados.

Clarice Lispector: Nasceu na Ucrânia e veio para o Brasil com 2 meses por causa da Guerra Civil Russa. Mudaram-se para Maceió, depois para Recife e depois para o Rio de Janeiro, onde ela completou os estudos e iniciou na Faculdade de Direito. Se casou com um diplomata e, por isso, morou em diversos lugares. Ao se separar do marido, mudou-se definitivamente para o RJ. O seu trabalho está ligado ao Existencialismo, no qual o indivíduo é o centro das experiências do mundo, pois é por meio dele que o mundo ganha sentido.

A Hora da Estrela: “A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.” (Site: http://www.claricelispector.com.br/1977_Ahoradaestrela.aspx)


Felicidade Clandestina: 13 contos nos quais eventos banais do cotidiano são vistos pela ótica do monólogo interior e do fluxo de consciência.

Nelson Rodrigues: Nascido em Pernambuco, se mudou para o RJ. Com 13 anos, começou a trabalhar no jornal de seu pai, na seção policial. Isso acabou influenciando sua produção. Em 1930, passou a escrever para O Globo e criou sua primeira peça teatral, Mulher sem Pecado. Depois, estreou Vestido de Noiva, seu maior sucesso. Incorpora gírias da própria época no RJ.

A vida como ela é: Livro com uma série de contos que trazem uma análise psicológica crítica da sociedade e seus distúrbios de comportamento. Não trata de eventos comuns, abordando os aspectos mais grotescos da alma humana, como desejos obscuros, assassinatos.

Vestido de noiva: Nelson Rodrigues possui um estilo realista, mas com forte análise psicológica e intimista. Faz uma crítica severa à sociedade humana e seus costumes. Traz as tragédias gregas numa contextualização atual. Essa peça conta a história de Alaíde, que rouba o namorado da irmã e se casa com ele. Para se vingar, sua irmã, Lúcia, mantém um caso com o ex e fazem um complô para enlouquecer e matar Alaíde.

Rubricas: Indicações que o autor faz sobre o cenário, tempo, vestimenta ou comportamento dos personagens em cena.

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